
Conheça a história de Priscila:
“Acho que, agora, com quase 35 anos, não importa muito quando descobri a escoliose ou fazer suposições sobre as causas que a desencadearam. Importa dizer que, por muito tempo, foi (e talvez ainda seja) causa de culpas e dores.
As culpas são distribuídas: como não percebemos antes, porque os médicos não cuidaram enquanto era tempo… Mas, hoje, reconheço (e me convenço um pouco mais a cada dia) que isso também não importa, foi assim e assim que é!
As dores tb são diversas, qd durmo de mais, qd estudo de mais… Dores q, bem possivelmente, sejam comuns a portadores ou não dessas curvas meio fora do lugar.
Mas, se nada disso importa, estou aqui tentando expressar o que, agora, de fato, para mim, tem importado: reconhecer-me!
Reconhecer minhas limitações. (Como escreveu uma amiga há tempos atrás: “nem todo dia é sábado!”). Reconhecer que, ao desenhar, tenho traços infantis, que meu texto tb tem falhas e que nada disso é capaz de expressar a carga de sentimentos que “ser portadora de escoliose” representa pra mim.Mas, acima de tudo, reconhecer minhas potencialidades! Sobre minha coluna, o que mais ouvi nesses anos foi “apesar da da curva, seu corpo é funcional”. Essa fala me livrou de uma grande e delicada cirurgia (morro de medo de procedimentos cirúrgicos!), mas tb transferiu a mim toda a responsabilidade sobre o que eu faço com o que é!
Sou responsável por manter-me sempre em movimento, me olhando, me cuidando e, acima de tudo, tomando consciência sobre meu melhor lugar. Em um dos vídeos de exercício proposto pela @escoliosebrasil (onde comecei um tratamento recentemente), a fala que ecoa é “essa é sua melhor correção”.
De certa forma, tenho entendido que tudo na vida é isso: olhar-se, entender suas limitações e potencialidades (o real não vai mudar só pq me sinto frustrada!), encontrar nossa “melhor correção”, e movimentar-se diariamente para chegar nesse lugar: o melhor possível de mim!”