A escoliose é uma deformidade na coluna que aparece de forma silenciosa. Sem queixas de dores e nem sempre tão fácil de ser vista sem um exame clínico, muitas crianças e adolescentes que estão entrando na puberdade sofrem com o problema. Em alguns casos, a doença pode ser congênita, causada pela má formação das vértebras. Mas, segundo a OMS 80% dos casos, são de origem idiopática, ou seja, sem causa definida.
A detecção precoce é importante para iniciar um tratamento eficiente para escoliose, reverter o quadro clínico dos pacientes e evitar problemas mais graves como cirurgias para coluna. Principalmente aqui no Brasil, onde as cirurgias podem custar a partir de R$35 mil reais e a fila de espera do SUS (Sistema Único de Saúde) pode durar até cinco anos. É fundamental o apoio de profissionais da área da saúde para validarem o problema.
A doença pode ser identificada por meio do teste Adams e confirmada por radiografia. O tratamento precoce, mesmo em curvaturas pequenas, é importante para evitar a progressão da escoliose. Quando não tratada, a escoliose pode levar a deformidades graves do tronco; limitar a capacidade e a biomecânica funcional do tórax; limitar a capacidade de realizar exercícios; limitar a aptidão geral e a capacidade de trabalhar; e, muitos outros fatores que são relacionados à qualidade de vida.
O principal foco das equipes do Instituto Escoliose Brasil, em Campinas, São Paulo e no Rio de Janeiro, é fazer com que os pacientes não tenham uma progressão do grau de curvatura e estabilize ou até reverta a situação.
O aumento da curvatura em cada idade
A progressão da curva depende do fator de crescimento e dinâmica de crescimento, mas é muito comum que elas aconteçam principalmente durante as fases de estirões, você pode ver os detalhes sobre a escoliose em diferentes faixas etárias. Nos bebês isso acontece dos 6 aos 24 meses, nas crianças de 5 a 8 anos, e durante a fase da puberdade, é preciso acompanhar mais atentamente meninas que tem entre 10 e 14 anos e meninos que tem entre 12 e 16 anos. Estudos mostram que as chances de aumento de curvatura pioram de acordo com o grau e quanto mais nova a criança for. Pois assim, mais esforços serão necessários para estabilizar o grau.
O acompanhamento por um ortopedista ou fisioterapeuta desde o momento de suspeita da doença, faz toda a diferença para que no futuro as crianças não sofram no com dores e limitações. O uso de coletes, quando necessário, e de exercícios específicos diários se tornam fundamentais neste processo.
O rastreamento da escoliose no ambiente escolar
Um estudo realizado com crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, entre 2012 e 2015 e que avaliou 2562 alunos de escola foi importante para entender melhor como é essa realidade no interior de São Paulo e a comprovação de dados importantes como o fato de encontrar casos mais graves em adolescentes que estavam na puberdade. Esse fator diferencial foi encontrado principalmente em meninas, que podem ter o crescimento interrompido até 4 anos depois da primeira menstruação, e nos meninos nas fases de 15 a 16 anos. Este rastreamento nas escolas é fundamental para descobrir casos quando a doença ainda tem solução apenas com exercícios fisioterapêuticos e também e até mesmo evitar gastos públicos com cirurgias.